segunda-feira, 20 de outubro de 2008

IGREJA DE PAPEL

IGREJA DE PAPEL
Certa vez uma igreja reconheceu algo muito importante para a sua caminhada de fé: Não estava conseguindo mais crescer e se desenvolver como antes. Então foi marcado o Concílio da Igreja para averiguar o que verdadeiramente estava acontecendo, e descobriram que a fé não estava mais sendo vivenciada como nos tempos primórdios.
A pergunta então passou a ser: O que fazer? Algumas pessoas falaram que precisava realizar mais ação social, outras acharam que deveria ter unidade com outras igrejas de cunho ecumênico, outras falaram que precisava de mais teologia, outras disseram que precisava de discipulado e outras pensavam em se fazer mais planejamento. Enfim, tiveram divergências de opinião. E alguém teve uma grande idéia: já que infelizmente nós não estamos conseguindo mais crescer como antigamente, então vamos pegar tudo isto que foi falado e vamos colocar no papel, criaremos muitas siglas para os projetos que teremos e sempre enviaremos para as igrejas, assim vão ver que estamos preocupados, e se não der certo nunca poderão nos cobrar de omissão pelo não crescimento da igreja.
Passaram-se mais de 30 anos e as coisas continuavam do mesmo jeito; e a quantidade de papéis que eles mandavam para as igrejas a cada ano aumentava assustadoramente, e não se resolvia nada. Decidiram, então, achar os culpados por esta “não-funcionalidade” dos papéis, e a culpa caiu sobre os pastores, que foram acusados de engavetarem os papéis. Desta forma, viram que todo o esforço pela funcionalidade dos papéis não estava tendo o retorno esperado. Além disto, estavam gastando milhões todos os anos com editoração, diagramação, criação de layout e gráfica. E sem contar ainda todos os planos estratégicos que quase de dois em dois anos enviavam para as igrejas, e estas até mesmo antes de colocarem em prática já estavam recebendo outros projetos, o que fazia parecer que já sabiam que o projeto enviado anteriormente não iria funcionar. Às vezes até mudavam a capa ou o modo: quando não era em forma de livro era em forma de apostila ou até mesmo em folhas de papel. Mas quase sempre era a mesma coisa e não trazia novidade, mudavam-se as caras e os nomes, e a problemática continuava enraizada no coração da igreja: não estavam crescendo como deveriam.
Jesus olhou lá de cima e disse para os seus anjos: vejam o que fizeram com a minha Igreja, pois, além de transformarem-na de um organismo vivo para uma organização, agora estão querendo transformar a minha Igreja em uma IGREJA DE PAPEL. Estão achando que um simples papel pode mudar a realidade da minha Igreja. Ai, se eles soubessem que eu não ajo em papéis, pois, papel não prega, papel não ouve, não se relaciona, não caminha, não se quebranta, não se comove... Se eles procurassem o meu Espírito Santo com intimidade iriam ver que a essência dele é fogo, e que tem o poder de queimar estes papéis até virar cinza. Aí sim, iriam entender que eu não ajo em papéis, mas ajo em cinzas, que representa renúncia, confissão, quebrantamento, concerto e aliança.
Jesus diz ainda: Ouça povo meu: Chega de papéis de estratégia, de consulta, de projetos, de siglas, pois, Eu sei que o que é projetado por vocês quase sempre não sai do papel. Eu estou cansado da vã esperança que vocês têm colocado no coração do meu povo, dizendo: Desta vez, vai dar certo! Agora vai!
E Jesus nos faz as seguintes perguntas: Servo meu, de quantas consultas missionárias você já participou? Quantas reuniões, palestras, seminários de louvor, de liderança, de crescimento, de discipulado e semana de atualização e reciclagem teológica? O que isto representou para o seu ministério, para sua vida espiritual, o que isto resultou em crescimento espiritual ou crescimento numérico para a sua igreja, a qual eu confiei ao seu pastoreio?
E com amor Ele nos adverte: Cuidado meu servo, eu não criei Igreja de Papel, pois, o papel se dobra, rasga, molha, queima e se desfaz. Eu quero a minha igreja ligada à cinza, pois há muitos pecados que precisam ser confessados, como o pecado da omissão, do abandono completo pela busca da santidade, pecado do autoritarismo, da falta de piedade, liberalismo e outros.
E ainda nos diz: Se querem crescimento espiritual e numérico, então abandonem os seus papéis e sigam os exemplos da minha Igreja no início, e comecem a me buscar verdadeiramente, e mostrem ao meu povo o caminho da santidade, do jejum, dos cultos vivos, da paixão pelas vidas, do compromisso, do avivamento genuíno, da Palavra, e da oração.

Pr.Orlando Carrafa dos Santos
Cachoeiro do Itapemirim, 17 de Junho de 2008
prcarrafa@hotmail.com

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