quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CRESCIMENTO QUALITATIVO E QUANTITATIVO ( At. 4.17-22)

O texto agora mostra uma preocupação do Sinédrio para com Pedro e João e com o crescimento dos chamados cristãos: “Mas, para que não haja maior divulgação entre o povo”. Na verdade, os doutores da lei não encontraram nada que distorcesse as suas condutas morais e sociais, e por isto tinham medo que o que eles estavam pregando pudesse se espalhar rapidamente por todo o Israel. Mas eles pregavam Jesus, o Nazareno, e o próprio Jesus tinha ensinado por três anos aos seus discípulos a testemunharem, pois sem o testemunho a pregação não iria produzir frutos.

Seguir um líder ou uma causa não é fácil, pois antes de tudo você tem que saber quem e o que você está seguindo. Algumas pessoas seguiram alguns líderes que sempre acabavam não testemunhando com a sua pregação, como foi o caso de Charles Taze Russel, fundador das Testemunhas de Jeová, que na sua vida muitas vezes apareceu nos tribunais por ações movidas pela sua própria esposa por causa de intolerância, maus tratos e um caso extraconjugal com a sua empregada Rose Ball.

Também podemos citar o fundador dos mórmons chamado Joseph Smith Júnior (23/12/1805) pregou a poligamia onde aconteceu uma cisma (raxa) na seita, teve 27 esposas, 44 filhos, vários casos com a polícia e acabou sendo assassinado a tiros em 27 de junho de 1844. A diferença da igreja de Atos com estas seitas é que a igreja tinha a simpatia de todo o povo: “ louvando a Deus e contando com a simpatia de todos...” (At.2.47). Na verdade, eles estavam seguindo homens e tudo aquilo que esses homens pensavam, mas nós estamos seguindo Jesus, a causa do Evangelho. Homens e mulheres são apenas chamados por Deus para: pastorear, cuidar e tratar, mas a causa sempre será a de Jesus. O alvo sempre será Jesus e não o homem: “Maldito o homem que confia no homem” (Jr.17.5).

Pedro e João testemunharam, proclamaram, expuseram as Escrituras e explicaram a finalidade de Deus em Jesus diante dos religiosos porque estavam cheios do Espírito Santo, e porque venceram o medo pela esperança da realização da vontade de Deus. O Evangelho jamais deverá ser pregado com medo, pois o medo retém, faz parar, faz travar, traz impedimento, tira a nossa visão do centro da vontade de Deus e nos faz retroceder. O avanço missionário, o crescimento numérico, o crescimento qualitativo e o crescimento na receita da igreja também são testemunhos vivos de que a obra é de Deus, pois era desta forma que o mestre Gamaliel avaliava os movimentos espirituais: “... se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus” (At.5.38-39). Todos esperam o mínimo de uma Igreja, que ela cresça e testemunhe Cristo através da sua vitalidade. Então, qual é o segredo para o crescimento?

A igreja tem que vencer o medo:

Imagine se o medo apoderasse de Pedro e João, e se eles se acovardassem e saíssem dali e não mais pregassem o Evangelho? Como ficaria o Cristianismo? Imagine se Paulo, depois de estar preso em Roma por causa do Evangelho e de Jesus, deixasse de crer e não escrevesse as cartas paulinas? Como ficaria o Novo Testamento sem as cartas de Paulo? Estes homens foram destemidos porque venceram o medo e porque tinham a convicção do chamado de Jesus para a vida deles e que morrer em Cristo era ganho: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” ( Fl.1.21-23).

Porque não falar também do Bispo Cipriano de Cartago, que por ter vivido testemunhando o Evangelho foi condenado à morte pelo Império, dando assim um grande testemunho diante de toda a sua cidade: “Convém que um bispo confesse o Senhor na cidade de sua Igreja, e deixe a seu povo a lembrança de sua confissão”. Como um homem correto assumiu a postura da humildade em saber que Deus estava no controle de tudo: “Ajoelhou-se para mergulhar-se numa longa oração. Fez dar ao carrasco, com uma magnitude régia, vinte moedas de ouro. Ele mesmo colocou a venda em torno dos olhos... e recebeu o golpe”. O golpe deu término a sua vida, ao seu fôlego, mas não conseguiu dar término ao seu testemunho que fala até o dia de hoje.

O medo nos impede de avançar:

A maior diferença entre a Igreja do passado e a Igreja de hoje é que a igreja do passado tinha coragem e ousadia e a de hoje em comparação com a do passado tem medo e covardia no que diz respeito ao testemunho e a evangelização. João Wesley certa vez escrevendo para um de seus assistentes chamado Alexander Mather disse o sequinte: “Dê-me cem pregadores que não tenham medo de nada, a não ser do pecado, e que não desejem mais nada, a não ser Deus, e, não me importo se são clérigos ou leigos, eles sozinhos farão tremer os portões do inferno e estabelecerão o reino dos céus aqui na terra” Hoje a pessoas têm medo e timidez de falar de Jesus para suas famílias, parentes, para seus filhos, para os amigos e colegas de trabalho. Têm medo e vergonha de orar, de orar em público, têm medo e vergonha de dizer para os outros que vai para a vigília, para a igreja, têm medo e vergonha de cantar, de tocar um instrumento, de louvar, de adorar, de levantar as mãos e de bater palmas, pensando no que os outros vão dizer, têm medo e vergonha de carregar a bíblia, por isso deixam em casa, têm medo e vergonha de crescer e de se multiplicar e têm medo e vergonha de dizer para os outros que é crente e servo de Jesus. Quem tem o Espírito Santo não pode temer, pois é Deus que impulsiona a vencer o medo e avançar na obra de Deus.

É preciso arriscar para poder avançar:

O covarde não arrisca, o tímido não arrisca. Um exemplo claro é a parábola dos Talentos descrita em Mateus 25.14-30 que diz que um homem ausentou-se do país e confiou os seus bens aos seus servos. A um deu 5 talentos, a outros 2 talentos e a outro 1 talento. Você já se perguntou por que o dono não dividiu em partes iguais, o que seria justo? Por que logo aquele a quem ele deu 1talento foi o que falhou? Na verdade, o homem (patrão) conhecia os seus servos e não queria perder muito, pois sabia que aquele que iria receber 5 talentos era corajoso, destemido, ousado e iria arriscar tudo para multiplicar, e por isto confiou nele a maior quantia. O que recebeu 1 talento era tímido, covarde, medroso e com o pé no chão, e por isto ele não arriscou nada e sofreu grande conseqüência: “Pois a quem tem, mais será dado, e terá grande quantidade. Mas a quem não tem, até o que tem será tirado”. Foi considerado servo mau e negligente. Por isso que ele fez essa distribuição, pois conhecia a cada um, suas capacidades e seus limites: “...Deu a cada um de acordo com a sua capacidade”(v.15 b). O padrão que temos que seguir não é aquele que ganhou 5 talentos, e sim o Senhor: “Sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei” (v.26). Era alguém que do nada fazia acontecer.

Tem pessoas que querem satisfazer mais aos outros do que a Deus nas suas realizações (v.19):

Um discurso que tem se ouvido hoje: “As pessoas gostam assim... Os juvenis gostam desta maneira... Este filme não tem cunho evangelístico”. Mas não vejo ninguém perguntando o que é bom para Deus, se Deus vai gostar, se vai se agradar da determinada realização. Um grande erro cometido por líderes é querer agradar mais as pessoas do que a Deus: “...Como homens aprovados por Deus para nos confiar o Evangelho, não falamos para agradar pessoas, mas a Deus,que prova o nosso coração” (1 Ts 2.4 NVI) Devemos perguntar qual é a vontade de Deus, como falou Paulo na sua Carta aos Romanos 12.2 (NVI): “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

É preciso, acima de tudo, ouvir Deus, pois o seu sucesso dependerá dele:

A capacidade é importante, mas o que adianta a capacidade sem Deus. O seu intelecto é importante, mas o que adianta ele sem Deus. Quando você começa a dar a preferência a Deus procurando saber qual é a vontade dele, é aí que você passa a entender que o sucesso do mundo é do homem, mas na Obra de Deus é de Deus: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós”. O sucesso de mulheres e homens na Bíblia dependeu de terem ouvidos espiritualmente apurados para ouvir a voz de Deus: “julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes de vós outros do que Deus” (v.19b).

É preciso testemunhar e falar das coisas que VIMOS E OUVIMOS (v.20):

As palavras foram ver e ouvir. Você só pode ser testemunha de alguém quando você vê e ouve, e eles tinham visto os milagres que Jesus realizara, ouviram os ensinamentos de Jesus e agora eles estavam tendo a oportunidade de serem usados por Deus para realizar um milagre. Imagine você como ficaram os olhos de Pedro e João ao verem que através de suas palavras estava acontecendo um milagre. No texto de Atos 3.2 nos passa que o coxo era de nascença, e no texto em Atos 4.22 acaba finalizando que realmente aquilo que aconteceu era um milagre: “Ora, tinha mais de quarenta anos aquele em quem se operara essa cura milagrosa”. Hoje Deus está precisando que o seu povo também se levante e testemunhe tudo o está vendo e ouvindo. Será que você tem testemunhado? Tem contado as bênçãos?

Nós precisamos dar o testemunho pessoal, e como igreja também temos que dar o nosso testemunho, pois uma igreja apática, fria, que não cresce, que não proporciona a maturidade cristã, que não alimenta as suas ovelhas, tem seus grupinhos, seus donos, que têm suas cadeiras cativas é uma igreja que não tem testemunhado a vitalidade do Evangelho.