quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

TER PAZ COM DEUS


INTRODUÇÃO

O texto começa dizendo: “... justificados, pois, mediante a fé, temos...”— não é teremos e nem tivemos —“... paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. O interessante é que a promessa é algo que se existencializa no presente, e está falando de se ter paz com Deus já... agora...

Trata-se de uma fé que continua a ser fé, porque não nos oferece materialidades. Não é um joguinho de dados; não é uma crença animista, não é uma mecânica espiritual. Quando ela se instala, se instala como mistério, e, como tal, você não pode explicar, mas também não pode negar a presença de tal realidade em você.

Só que tudo isso começa nos remetendo para o texto anterior a este, porque o texto diz: “... justificados, pois,...” Ou seja: somos justificados por causa de alguma coisa. Assim, é como se Paulo dissesse: “É por causa do que eu venho falando que vocês estão justificados”.

O que Paulo vinha falando anteriormente era sobre Abraão, e de como Abraão foi justificado pela fé, não por obras da lei, nem pelo rito da circuncisão, nem por qualquer obediência que precedesse a sua própria justiça. Toda obediência que acontece em Abraão é obediência patrocinada pela pulsão da fé.

Ou seja: é essa fé que está presente nele de modo inexplicável, aquilo que Deus toma e transforma na própria justiça de Abraão; imputa justiça a ele, não porque ele seja justo, mas porque ele crêem Deus. Essa é a sua justiça, essa é a virtude que não é dele; ou seja: ele é feito virtuoso pela virtude que não possui; ele é feito virtuoso porque a própria realidade da fé é anterior a ele mesmo, e não é uma produção virtuosa dele próprio, visto que até a fé lhe foi dada.

Isto porque intelecto nenhum pode justificar a obediência em fé de um homem que atende a uma voz noturna que diz: “Abraão, pega teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e leva-o a um monte que te mostrarei; e ali oferece-o em holocausto a mim.” E Abraão se levantou e foi.

Paulo começa “essa viagem” no capítulo anterior, falando de como Abraão foi justificado pela fé, e diz que a primeira manifestação disso está no fato de que ele ouviu uma Voz na Mesopotâmia, creu, levantou, e foi... E o resto da vida ele caminhou ouvindo promessas que não se materializavam, ou algumas que se atrasavam para sempre, que só iriam se encarnar depois que todas as forças humanas dele tinham sido esgotadas de tal modo, que o filho que lhe é prometido só lhe é dado quando ele já não tem mais nenhum vigor para procriar, quando a própria esposa dele já não podia mais nem oferecer óvulos para procriação, porque tinha entrado na menopausa há muito tempo; mas ele creu o tempo todo no Deus que vivifica os mortos.

Abraão não é o nosso santo predileto, é apenas nosso irmão mais antigo na fé na ressurreição dos mortos!

1° Ponto:

GLORIEMO-NOS NA ESPERANÇA DA GLÓRIA DE DEUS

Paulo, na seqüência do texto, fala de três perspectivas de glória que essa paz com Deus produz em nós. A primeira é a esperança da glória de Deus: “... gloriemo-nos na esperança da glória de Deus”.

Por causa dessa obra que está feita, dessa paz que foi obtida, por causa dessa graça na qual estamos firmes pela fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, por causa dessa certeza de total apaziguamento entre a minha alma e Deus, por causa da convicção total de que os meus débitos foram todos cancelados — Sim! Por causa disso tudo, eu posso entrar com cara limpa para além de todos os véus que já foram rasgados por Jesus. De modo que em Cristo, eu tenho acesso, com intrepidez, a essa graça na qual eu agora estou FIRME.

Agora, isso produz um sentimento de glória na gente. E que não é glória pessoal. Porque você não tem do que se gloriar, pessoalmente, nesse processo inteiro. Ou tem? Porque se você tiver, eu repito: você vai ter que se vestir das suas justiças próprias.

Mas se você confessa que não tem justiça própria e que a sua justiça vem da fé que foi dada a você, e confessa que tal entendimento veio pela iluminação do Espírito acerca do que Jesus já consumou a seu favor, então, você tem que ter paz com Deus. Não precisa ter medo de Deus. Pode andar distraído... Mesmo! E, aí, a primeira coisa que surge é esse sentimento de uma glória, onde você se gloria na esperança da glória de Deus.

É uma pena perceber que nós, cristãos, perdemos essa dimensão da eternidade em nós. Nósestamos tão massacrados pelo tempo e pelo espaço, e a religião se transformou num megafone que faz propostas e promessas de suposto cumprimento imediato, e que roubou do coração das pessoas toda fé na eternidade.

O que temos é corredor de sal grosso para você passar 30 vezes, e se passar bem passado, e frequentar a reunião da corrente dos empresários, ou se entrar em qualquer outro sistema, em qualquer outro “modus operandi” de mecânica espiritual, no fim, diz-se que você pode ter um carro novo, um apartamento ou qualquer outra coisa. Em outras palavras: a fé que usa do nome de Jesus, na maior parte das vezes, virou macumba. Virou despacho. Não tem mais Cruz, não tem mais sangue, não tem eternidade, não tem pacificação com Deus.

O que se tem agora é simplesmente consumo. E essa fezinha que está aí... é boa para você jogar na loteria, é boa para você jogar na Quina acumulada. Mas na hora em que o tranco da existência bate firme, bate forte e bate fundo na gente, ela não sobrevive, porque ela existe apenas por fazer a promessa de que se você cumprir determinadas coisas, alguns benefícios imediatos lhes serão garantidos; nada mais do que isso...

Agora, paz com Deus, tem que produzir em mim uma expectativa que transcenda o tempo, o espaço, o imediato, a violência, o estado de emergência, a crise familiar, as perdas imediatas, os lutos, as aflições.

Agora, eu pergunto a você: uma teologiazinha de prosperidade, que promete geladeira, Casas Bahia, Ricardo Eletro, Ponto Frio Bonzão, carro novo, tem o que para fazer no coração de alguém que acaba de perder as suas entranhas? Nada! A menos que você se glorie na esperança da glória de Deus! Aí, se você se gloria na esperança da glória de Deus, você não perdeu nada!

Paulo diz na seqüência do texto: “... quando nós ainda éramos pecadores”, estranhos, inimigos, alienados, sem saber de coisa alguma, Ele se reconciliou conosco, esperando apenas que a gente se reconciliasse com Ele para que nós usufruíssemos o bem que já nos está garantido. De tal modo que a minha reconciliação pela fé, não é o que faz Deus mudar de idéia a meu respeito. A reconciliação da parte de Deus já está feita, eu é que não sabia. Nem você. E, enquanto isso..., vivíamos no padecimento da neurose, da angústia, da fobia, da culpa, das trocas, das barganhas, do despacho, e de todas as aflições...

Sem falar que sem paz com Deus a vida passa a acontecer um permanente estado de suspeição contra os céus. “Será que alguma coisa aconteceu comigo? Ih, meu Deus! Eu perdi o Táxi. Será que é por que tem alguma coisa? Será que Deus está me preparando alguma?

É um sentimento de suspeição o tempo todo! O camarada chega ao aeroporto, na hora de pegar o avião, ele tem medo de que se aquele avião vá cair; ou se ele está ali e ele perde o avião, ele já interpreta aquilo: “Ai, graças a Deus, vai ver que é porque esse vai cair.” Não está nem preocupado com os 199 que estão lá dentro!

Sim, a maioria vive vida muito miserável. A gente vive, e a gente não se dá conta de como se vive uma vida de medo, medo, medo... o dia inteiro medo... medo de tudo.

Mas quando a paz com Deus se estabeleceu dentro de mim, o benefício é todo meu. Deus não ganha nada com isso, quem ganha sou eu. Já está feito, eu é que não sabia. Mas quando eu creio, o benefício vem para mim como paz. E ai, surge dentro de mim, uma dimensão completamente nova, que transcende o imediato. Eu continuo vivendo na terra, mas já me glorio na esperança da glória de Deus. Tá feito! E eu me glorio nessa esperança!

2º Ponto:

GLORIEMO-NOS, TAMBÉM, NAS PRÓPRIAS TRIBULAÇÕES

A segunda manifestação de gloria que essa paz com Deus gera na gente, que esse caminho de pacificação com Deus gera em nós, e que a maioria de nós não gosta. Isso porque Paulo prossegue, e diz: “... e gloriemo-nos, também, nas próprias tribulações”. Ai a gente diz: “Vira essa boca pra lá, pelo amor de Deus!”— e o camarada começa a fazer oração contra, inicia-se aquele processo de “tá amarrado”. Tem crente que lê Romanos 5, 2 e 3, dizendo: “Tá amarrado”. Tem gente que diz: “Eu não gosto dessa parte aqui... “tá amarrada”. Só que, meu amigo, você pode gritar “tá amarrado” o tempo todo, não está amarrado. Não a Palavra de Deus! Para o seu bem, não está amarrada!

Essa “vidazinha de fezinha” que nos promete falsas promessas, que seremos poupados de todas as coisas, porque agora a gente tem uma carteirinha de crente no bolso, e porque a gente frequenta uma sequência de reuniões não será jamais objeto e sujeito do sofrimento — porquanto se teria um domo invisível de proteção e de inatingibilidade sobre a cabeça —, é mentira, mentira, mentira; e eu diria: do diabo.

Isso porque a vida não vai tratar você assim. E quando a vida for o que ela é para você, você vai pensar que Deus enganou você; e quem enganou não foi Deus nem a Palavra dele. O responsável diabólico é esse “pacote de sedução falsa” que venderam para você em “nome de Jesus”.

E não adianta ficar dizendo “tá amarrado”, porque só fica amarrado aquilo que seja uma presença “alienígena” à existência humana. Mas aquilo que Deus determina, por mais estranho que pareça, faz parte de um processo de cura, de terapia, de crescimento, de aprofundamento da consciência em fé em mim, e não há mão humana que possa deter. Portanto, assim como você se gloria da esperança da glória de Deus, se glorie nas próprias tribulações.

O interessante é que, para nós, cristãos, quando a gente ouve falar em tribulação, quase sempre o nosso auto-engano nos leva a imaginar que tribulação é apenas aquele sofrimento que a gente acha que está sofrendo injustamente.

Tribulação para a maioria dos crentes é isso!

Tem um patrão chato, perseguindo; ou você se enganou e casou com a mulher rixosa e não sabia; tá preferindo trocar a mulher por uma goteira contínua na sua cabeça. Isso é tribulação de crente!

A tribulação é a vida! Seja quando você está certo, ou quando você está errado. Quando os outros cometem injustiça contra você, e, também, quando você comete contra os outros; intencionalmente ou não, conscientemente ou inconscientemente.

Tribulação é o caldo, é o produto, é o resultado, é a soma das contingencialidades, esse volume inteiro de coisas que estão para além do controle. Por isso, em outras palavras, o que Paulo está dizendo é que você se glorie na existência, em Deus. Não coloque nomes nas suas tribulações, porque o nosso auto-virtuosismo é tão grande que a gente só se sente atribulado quando a gente pensa — pela nossa própria justiça — que estamos sendo objeto de algum tipo de injustiça.

É obvio que Paulo não está recomendando que ninguém pratique o mal e se glorie acerca disso. O que ele está dizendo é que tudo aquilo que chega para mim na vida, e que, de algum modo, significa um susto, uma mudança, um toque que altera as coisas, e gera a presença de todos aqueles elementos que quando se aproximam da gente ou tocam na gente, fazem com que alguma coisa doa ou perturbe, ou tire o equilíbrio, ou mexa naquilo que a gente chamava de meu bem, e mexe a minha harmonia, é tribulação!

Paulo diz que se você está em Cristo e pacificado em Deus, a tribulação não tem o poder de fazer nada com você, a não ser de melhorá-lo. O mal perdeu o poder de se tornar maligno se você estiver com a sua consciência em Cristo, justificado pela fé e pacificado com Deus.

Mas, por outro lado, você não vai ser poupado de existir na vida, como ela é!

Gloriemo-nos, pois, nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz têmpera, produz perseverança, produz consistência, fortalece, treina, enrijece, produz densidade. Sim, cria dentro de você um ser que não é estéril; ao contrário, vai dando a você corpo, forma, densidade interior, olhar firme, perseverança e vai gerar experiência.

Experiência só tem quem experimenta. Quem não experimenta não tem experiência. Eu acho engraçado que os crentes acham que a gente pode ter experiência, sem experimento. Você pode até, não necessariamente, experimentar tudo, e Deus o livre de buscar todos os experimentos. Só o idiota busca o experimento como dor! Você não precisa buscar experimento ruim nenhum. Mas se a vida trouxer a tribulação, com a forma que vier, persevere. Porque nesse caminho, aquilo que era mal, vai se transformar em experiência, aonde o experimento não foi algo que você evocou, mas aconteceu; e, uma vez tendo acontecido, problema dele, pois vai ser processado em Jesus para o seu bem.

3° Ponto:

GLORIEMO-NOS EM DEUS

Olha a seqüência maravilhosa que Paulo faz: Primeiro ele diz: “gloriemo-nos na esperança da glória de Deus”. Em seguida diz: “gloriemo-nos, também, nas próprias tribulações” e por último: ‘gloriemo-nos em Deus”.

Eu conheço pouca gente que de fato vive esse benefício de apenas ser de Deus. A maioria quer fazer alguma coisa para Deus. Quer que Deus se glorie nele, não ele em Deus. É o tal do “Eu vou fazer isso aqui para agradar a Deus.”

E toda vez que eu faço alguma coisa achando que eu vou agradar a Deus, eu já caí no profundo desagrado. Porque as coisas que eu faço que agradem a Deus não são aquelas que eu premedito; elas são frutos de um amor que me constrange. E a palavra original para “constrange”, no Novo Testamento, é a mesma que procede da raiz de cólicas intestinais. Esse constrangimento que vem das vísceras. Quando bate, ninguém precisa pensar; sabe o que fazer. E o amor de Cristo chega assim com esse poder, ninguém fica na dúvida quando o amor de Cristo chega, a gente sabe. Ele é quem me constrange a ir...

O último estágio é quando a consciência em fé cresce e você se gloria em Deus mesmo. E eu peço a Deus, de todo o meu coração, que eu chegue um dia a existencialmente me gloriar em Deus, só por Deus. Porque conquanto eu tenha consciência disso, não basta ter essa consciência; isso tem que virar uma verdade que entrou em mim; e não sai mais.

Mas há de chegar a hora em que a minha glória será em Deus, por Deus e só por Deus, sem nenhum “mas”, pois tudo já será em Deus para mim. Então você diz: “O Senhor é a minha porção e a minha herança!” Nesse dia você serve a Deus por nada, absolutamente nada. Você não serve mais nem a Deus para ser salvo; não serve mais nem a Deus por causa da glória prometida; a herança se instalou como presente, você se gloria no Deus que é.

Não há aqui nenhuma promessa de isenção; o que há é a certeza de uma segurança total. Não importa o que venha, acaba o medo. Quando essa consciência chega para gente, o mundo se desassombra. Essa é uma coisa que, se crida, meu Deus, desemprega um monte de psicólogos e psicanalistas e pastores.

Justificado, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Estamos firmes nessa graça e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus; e não somente isto: gloriamo-nos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, a perseverança experiência, e a experiência esperança; e a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi outorgado. Amém!

Fonte: A Bíblia de Estudo Scofield – Almeida Corrigida Fiel- 2009, São Paulo, S

Lavrando em Campo Novo (Jr.4.3 )



O texto citado de Jeremias 4.3 está sendo uma convocação para que o povo de Israel pudesse voltar inteiramente ao Senhor, pois, o povo tinha abandonado a Iahwer (Jeová) e ido em busca de baal (conhecido pelos cananeus como deus da fertilidade). Deus faz este chamamento como alerta de urgência porque um grande mal estava se aproximando com veemência, vindo do norte, que era o grande império da Babilônia.

Esta volta a Deus seria a conversão sincera, pois, o Deus de Israel cobrava um diferenciamento das outras nações. Para esta convocação, Deus usa a circuncisão como sinal visível dele no povo de Israel daquela época. Muitos eram circuncidados, mas não viviam a dimensão da circuncisão, que era se separar ou se guardar para Deus. Por isto, Deus pede a circuncisão do coração: “Circuncidai-vos para o Senhor, circuncidai o vosso coração”.

Sendo assim, através deste texto, gostaria de falar sobre uma pessoa que quer converter-se, e ser um diferencial, separada para Deus. Mas que para isto acontecer, é necessário permitir o trabalhar de Deus no nosso coração endurecido por causa de feridas e mágoas. Então, precisamos tomar atitudes e recomeçar.

Por que é necessário recomeçar?

1. Porque é tempo de lavrar:

Lavrar o solo é abrandar, mexer o solo endurecido. Muitas vezes nós queremos recomeçar, mas, não queremos mexer com aquilo que está endurecido. Em outras palavras, muitos querem recomeçar, mas esqueceram de fazer concerto, de pedir perdão, de pedir desculpas, de deixar Deus mexer na ferida... É mais fácil, humanamente, deixar isto endurecer com o tempo do que deixar Deus tratar.

· Se o solo não tiver arado, a água e os nutrientes necessários não chegam às raízes, fica superficial: Quando tem algo no passado mal resolvido e que a pessoa constantemente fica relembrando, e jogando na cara do outro a respeito do erro, significa que não houve perdão, concerto... Temos que parar de ser superficiais, cristãos superficiais, cônjuges superficiais, amigos superficiais. Em qualquer relação temos que ter transparência e maturidade.

· Sem a preparação não adianta chuva: Oséias10.12-13a: “Então, eu disse: semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós. Araste a malícia, colheste a perversidade; comeste o fruto da mentira... Se queremos realmente as chuvas (bênçãos) é necessário preparar a terra (nossas vidas), arar, remover as sujeiras, os entulhos.

2. É tempo de lavrar em Campo Novo:

Campo novo é coração novo, é motivação nova. Campo novo é o mesmo de terra virgem que nunca foi trabalhada antes. Deus quer trabalhar no campo novo, pois, é preciso tirar toda a semente que não foi plantada pelo Senhor: (Mt.13.24-25): “ O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se”. Sendo assim, o ódio, a mágoa, a inveja, o rancor, a tristeza, a vingança, nada disto foi plantado pelo Senhor, é preciso tirar todas as sementes plantadas pelo inimigo, pois, Deus quer plantar algo novo em um coração novo.

3. Não semeeis entre os espinhos:

Isto significa que você não pode alimentar a semente maligna. Muitas vezes, percebemos sentimentos e atitudes que não nos pertencem e acabamos cultivando dentro de nós, e o pior é que acabamos cuidando, molhando e tratando; e a tendência da semente é germinar e criar raiz, ficando assim completamente enraizado dentro de nós: (Mt.13.22): “ o que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera”. A tendência dos espinhos é sufocar e deixar-nos completamente infrutíferos – pessoas com sentimentos malignos nunca poderão produzir bons frutos para o Reino de Deus.

Conclusão: Deus quer você frutífero, um campo novo, uma boa terra... e estando assim, você estará capaz de produzir frutos digno do Espírito: Jô.15.5: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanecer em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.


Pr. Orlando Carrafa dos Santos

PENTECOSTES ATOS 1.8


Introdução:

O texto aqui necessita de uma ligação com o início do ministério de Jesus. No início do ministério de Jesus, Ele foi para o deserto e ali ficou por 40 dias. E podemos dizer que aquele momento foi de consagração e de preparação. A igreja primitiva teve também o seu momento de preparação com o próprio Jesus: aparecendo-lhe durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus”, e mais 10 dias de consagração (v.14). Mas o ministério de Jesus teve o seu início quando ele foi batizado. Não só foi o batismo com água, mas também do Espírito Santo:Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele(Jo.1.32). A Igreja Primitiva também sabia da importância do batismo e, principalmente, o batismo que vem do alto, para assim iniciar o seu ministério. O Espírito Santo é importantíssimo na vida da igreja. No passado, antes da descida do Espírito Santo, alguns homens receberam o Espírito de Deus ou o Espírito do Senhor: José (Gn41.38), Bezalel (Ex 31.2), Otniel (Jz 3.10), Gideão (Jz.6.34), Sansão (Jz 14.6 e 19), Saul (1Sm. 10.6-7), Davi (I Sm.16.13), Elias, Elizeu e Jesus. Mas a promessa de Deus feita por Joel foi: E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne” (Jl.2.28). A palavra chave é derramar, que tem o mesmo sentido de espalhar e dispersar-se para todos. Antes foram alguns homens que receberam o Espírito do Senhor, mas a promessa de Deus agora é que todos os que buscarem receberá o Espírito que será derramado e espalhado.

Transição: Por que o Espírito Santo é tão necessário para a vida da igreja?


1. Porque Ele é a própria vida da Igreja:

O processo da morte de Jesus foi através de perda de sangue: das chicotadas, dos açoites, das lesões, dos pregos nas mãos, nos pés e, por último, da lança do soldado romano entrando no seu peito (quando já estava morto Jo.19.33). A morte de Jesus foi por asfixia: que resulta da perda de sangue dificultando o bombeamento do sangue pelo coração e a respiração através dos pulmões. Sem o sangue nenhum ser humano vive.


a) O Espírito Santo é como o sangue espiritual da Igreja: Da mesma forma que o ser humano precisa do sangue para viver, a Igreja precisa de sangue espiritual, que é o Espírito Santo, para viver e existir. A Bíblia nos diz que a igreja é o Corpo de Cristo e nós somos membros desse corpo: “ Ora, vós sois o Corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo (I Cor. 12.27).


b) O sangue precisa se espalhar e precisa chegar em todos membros, células e órgãos:

Imagine se em um dos membros do seu corpo não chegar o sangue... Logo este membro irá atrofiar, apodrecer, e chegará a ponto de ser amputado. Da mesma maneira, a Igreja é o Corpo de Cristo, e este corpo tem seus membros. Se este sangue espiritual não chegar em um membro, significa que há muito tempo está atrofiado e já não se desenvolve como os demais. O sangue espiritual precisa ser derramado e espalhado em toda a Igreja.

Sabe por que acontecem muitas coisas fora da vontade de Deus ainda na igreja? Porque nem todos estão no Espírito, pelo contrário, há ainda muita carne e vontade da carne. Mas no dia em que todos na igreja estiveram no Espírito Santo, não haverá mais fofocas, maledicências, mentiras, facções, divisões, disputas e rebeliões, porque todos estarão sendo guiados pelo o Espírito de Deus (Rm.8.14).


Para que aquilo que é carnal venha ser revestido do espiritual; pois somente sendo espiritual você conseguirá discernir o que é espiritual: (1 Cor 2.14—15 TEB) “ O homem entregue unicamente à sua natureza não aceita o que vem do Espírito de Deus. Para ele, é uma loucura, ele não o pode conhecer, pois isto se julga espiritualmente. O homem espiritual, pelo contrário, julga tudo e ele mesmo não é julgado por ninguém”.


2. A Igreja sadia é aquela em que todos buscam e seguem a mesma direção: Derramar é o mesmo que espalhar. A promessa de Deus através do profeta Joel era de que todos iriam receber o derramar do Espírito Santo. É por isto que depois da descida do Espírito Santo, Lucas informa a situação pós-derramamento: Todos ficaram cheios do Espírito Santo... (At 2.4a). Toda Igreja tem que ir em busca tem uma mesma expectativa: Poder de Deus! Só através do poder a Igreja experimentará a manifestação dos milagres de Deus.


d) O poder foi derramado não para o homem se tornar poderoso e sim para que a Palavra de Deus se tornasse poderosa na face da terra:

A raiz da palavra poder é (dunamis ou dynamis). No Novo Testamento o Espírito Santo apresenta-se como uma "dinamis": do Grego. Surgem as palavras portuguesas: dinamismo, dínamo: a palavra encerra o conceito de força, de energia: Dínamo é a máquina que transforma a energia mecânica ( o corpo é que se fosse uma máquina elétrica, e como se o Espírito Santo fosse uma energia espiritual) . Esta palavra pode ser definida de 3 maneiras diferentes:


1ª ) ter capacidade:

Pedro

2ª ) ter a habilidade para completar algo, trazer algo, ou concluir algo:

Os dis

3ª ) a habilidade para conquistar a área física e territorial onde você estar:


No perío

3. Porque Ele o Espírito é Poderoso, mas tem uma fraqueza (Rm. 8.26):

Uma outra importância do receber o derramar do Espírito Santo é que Jesus foi para o Pai e nos deixou o Espírito Santo para interceder perante Deus: “... mas, o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis ”. O momento de fraqueza no grego significa Asteneía, que quer dizer: fraqueza como se fosse no sentido de uma enfermidade, uma fragilidade, uma imperfeição, ou uma fragilidade no sentido espiritual, ou algo que nos impossibilita. É neste momento que ele nos assiste - é quando não podemos mais que o Espírito pode ir até o Pai.

a) Gemido inexprimível:

Você é capaz de ver o sofrimento de uma outra pessoa, suas lutas e dificuldades. Você até consegue ver ou tomar conhecimento, mas não é capaz de sentir a dor que o outro está sofrendo. Este gemido é um som de alguém que está sofrendo uma dor ou atravessando uma situação difícil. Isto significa que quando estamos impossibilitados na nossa fraqueza, somos assistidos por Deus.

É nesse momento que sentimos que Ele (Espírito Santo) está conosco de uma forma espontâneaé como se acontecesse uma transferência, ao ponto, do Espírito Santo sentir a nossa dor e o nosso gemido ( é como se nós, e o nosso sofrimento acabassem tornando a fraqueza do Espírito Santo: Ele não resiste e sempre vem ao nosso encontro para nos assistir ). É dessa forma que se torna alalétois que sig. Indizível ( que não existe palavra para explicar ou exprimir por palavras) e inefável (encantador e inebriante). O Espírito Santo te assiste, sofre contigo e vai ao Pai interceder no momento o qual você não encontra mais forças para orar, para falar com Deus. O que conseguimos é gemer, esperando por uma intervenção divina. É neste momento que o Espírito Santo vai interceder por ti.

Conclusão: Valeu a pena a igreja primitiva esperar pelo poder derramado pelo Espírito Santo, o qual foi importante para a vida Receber o Poder de Deus e a caminhada da comunidade de fé. O Espírito Santo é o paraklito (consolador), foi e é o sangue espiritual que dá vida à Igreja. Podemos dizer que o sangue é o combustível da Igreja, e sem ele a Igreja pára. É por isto que eu volto a afirmar a nossa necessidade: “Que todos fiquem cheios do Espírito Santo...” O Espírito foi derramado para todos e para toda a Igreja... Todos têm que participar desta busca.

1) O poder de Deus está na sua vida. Qual a finalidade deste poder na sua vida e no seu ministério?

2) Quais a fraquezas e limitações que ainda você vê na vida familiar e ministerial?

3) Conte uma experiência na qual você não abriu a sua boca para orar e pedir, mas através do coração sentiu sendo assistido pelo Espírito Santo.

ESTATÉGIA DO INIMIGO PARA QUE VOCÊ NÃO SEJA HONRADO (Dn .3)



Daniel tinha sido levado para o cativo babilônico. A babilônia usava a seguinte estratégia de dominação: os menos capazes entre o povo deixava na terra, isto é, os pobres e os pequenos agricultores; os da cultura mediana eram levados para a periferia de Babilônia ou para outras terras dominadas por ela, entre eles, estão os comerciantes e pessoas que trabalhavam com artesanatos; e os mais capazes e conhecedores de ciências eram levados para servirem o rei no palácio: “jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos, em toda a sabedoria, doutos em ciência, versado no conhecimento...”. (Dn 1.4).

Depois que Daniel [Beltessazar] interpretou o sonho do rei Nabucodonosor ele foi promovido, não somente ele, mas todos os seus amigos: (Dn 2.48-49) “Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província da Bablilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da babilônia. A pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da Província da Babilônia; Daniel, porém permaneceu na corte do rei” .

Isto nos mostra que quando estamos sendo honrados por Deus, promovidos em alguma coisa na área financeira, familiar, espiritual é justamente nesta hora que o inimigo se levantar para tentar arruinar o nosso projeto.

O QUE O INIMIGO FAZ PARA IMPEDIR A NOSSA HONRA:

1. ELE TENTA MOSTRA QUE É MAIOR DO QUE O SEU DEUS:

“fez uma imagem de ouro que tinha sessenta côvado de altura e seis de largura...”

O que está por detrás desta imagem, não é simplesmente a vontade de Nabucodonosor, e sim a vontade do “Príncipe da Pérsia que era um demônio territorial que tentou contra a obra de Deus” (Dn 10.13). Pois depois Daniel revelou o sonho de Nabucodonosor ele começou a reconhecer a grandeza do Deus de Daniel: (Dn 2.47) “ Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios...”. Justamente, é que intenta colocar no coração de Nabucodonosor fazer uma estátua para mostrar que é maior, o que não é verdade.

2. ELE COMEÇA A FAZER ALIANÇAS PARA TENTAR FECHAR O CERCO ANTES DO ATAQUE (v.3):

Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para a consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé e diante da imagem...

Vejam que o rei só convidou para este evento os líderes e poderoso, neste momento aqui, ele não convida o povo, porque sabia que todos os que foram convidados tinham o poder e a facilidade de influenciar o povo. Na verdade, esta consagração era uma aliança que estava sendo formada em prol do poder que estava sendo levantado. E esta aliança o inimigo estava realizando para impedir o crescimento de Daniel e seus amigos dentro da sua própria casa.

O diabo tem sempre a intenção de fazer alianças entre pessoas e poderes, enquanto os crentes são desunidos para isto.

3. QUANDO VOCÊ ESTA SENDO LEVANTADO POR DEUS, O INIMIGO SEMPRE LEVANTA INVEJOSO DE OLHO NAS SUAS ATITUTES (v.12):

“Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província da Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti, a teus deuses não servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste”.

Estes homens não estavam preocupados com a não adoração recebidas pelos amigos de Daniel, e sim, por causa da inveja que eles tinham de Daniel e de seus amigos. Eles já estavam de olho nas atitudes dos 3 rapazes, e sabia que poderia desapontar o rei. Vemos que o rei não os manda direito para a fornalha, mas da uma chance [15]. Mas eles sabiam que eles eram e a sua identidade de não adorar outros deuses.

Não negocie com o inimigo... esteja sempre pronto a fidelidade com Deus, pois, sendo fiel, Deus será contigo.

4. O INIMIGO FICA FURIOSO QUANDO NÃO ACEITAMOS FAZER O JOGO DELE, E PARTE PARA O ATAQUE (v.19):

Então, Nabucodonosor se encheu de fúria e, transtornado o aspecto do seu rosto contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ordenou que acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava

Percebe-se o que fez o rei ficar furioso? A fidelidade daqueles rapazes irritou completamente o rei, pois, mesmo com o preço da morte, eles preferiram permanecer fiel ao Senhor.

Se fosse é crente, tem sido fiel, e as coisas estão apertando, permaneça na posição, porque a manifestação de Deus virá de maneira sobrenatural.

5. O INIMIGO ATACA, E SE A SUA PROVAÇÃO É GRANDE, DEUS DESCE ATÉ ONDE VOCÊ ESTÁ (v.25):

“Não lançamos nós 3 homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. [26] Tornou ele e disse: Eu porém, vejo 4 homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses”.

O inimigo pode atacar, pode planejar acabar com a sua vida ou com a vida da sua família, ou com os seus projetos, mas, você que é fiel, não está só. E quando a luta aumenta, não se preocupe porque o quarto homem da fornalha vem ao seu encontro, porque ele é Emanoel, Deus conosco – poderoso em todas as coisas.

O mais importante é saber que Deus está contigo, e ele pode lhe dar o livramento nas situações mais inusitadas e difíceis, pois, ele é Deus Fiel.

CONCLUSÃO:

Os inimigos de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego viram que eles estavam prosperando dentro de sua própria terra, e tentaram contra suas vidas. Mas não teve jeito, porque quando Deus quer, ele faz: (Dn 3.30): “Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província da Babilônia” .